Em 2015
Fábrica Social: mais de 628 mil itens produzidos e R$ 4 milhões de economia
Se o governo local precisasse comprar os mais de 628 mil itens produzidos pela Fábrica Social neste ano teria de desembolsar cerca de R$ 13 milhões, em valores de mercado. Com essa produção, a economia anual chegou a R$ 4 milhões, já que a estimativa de custos do programa em 2015 é de R$ 9 milhões. A fábrica — que capacita pessoas em situação de vulnerabilidade social — fecha o ano com 297 alunos formados, outros 300 em processo de certificação e mais de 600 em formação.
Com a capacidade atual reduzida pela necessidade de conter gastos diante dos problemas orçamentários do Executivo, a coordenação da fábrica reforça parcerias. É por meio delas que será possível, por exemplo, abrir completamente a Unidade II, a poucos metros da principal, na Cidade do Automóvel. O programa social faz parte da Subsecretaria de Integração das Ações Sociais, da Secretaria-Adjunta do Trabalho, que pertence à pasta do Trabalho, Desenvolvimento Social, Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos.
Este segundo espaço vai abrigar oficinas de alvenaria, de construção civil, de estufa organopônica (estrutura com matéria orgânica), de marcenaria e de placas fotovoltaicas (usadas em sistemas de energia solar). Outras duas já funcionam no local — de produção de bolas e de construção civil.
As entidades parceiras — como Serviço Social da Indústria, Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas, Federação das Indústrias do Distrito Federal — contribuem com a oferta de professores e de certificados. A previsão é que a nova unidade funcione com 100% da capacidade em abril.
Orgulho
Aluna da primeira turma de construção civil, Patrícia Miranda, de 31 anos, orgulha-se do bom desempenho no primeiro módulo, o de hidráulica. “Vejo como uma oportunidade de ter uma profissão e ser capacitada”, conta a moradora da Estrutural, ostentando o resultado de uma prova em que tirou 99,5.
À medida que avança no conteúdo teórico, a turma sai do prédio principal e passa para as aulas práticas no galpão ao lado, onde já fizeram a instalação de chuveiro e vaso sanitário, além do encanamento. “Comecei treinando em casa, consertei uma torneira quebrada com o que aprendi aqui e ela não deu mais problema”, comemora Valdemir Gomes, de 18 anos, que cursa o ensino médio.
Quando chegarem a níveis mais avançados, eles poderão prestar serviços em escolas públicas e ganhar R$ 4,08 por hora. Todos os alunos da Fábrica Social recebem auxílio-transporte e auxílio-alimentação que somam R$ 339. Com o benefício por produtividade (ganho por hora produzida), o valor total pode chegar a R$ 800, no máximo.
“A inclusão produtiva possibilita ao cidadão buscar sua formação com a garantia, por exemplo, de que terá condições de se sustentar”, pontua o subsecretário de Ações Sociais, Célio Silva.
Na unidade principal, onde funcionam os setores de confecção, novas parcerias vão reforçar a produção para o ano que vem. Sem os pedidos de uniformes da rede pública de ensino, até então produzidos pelo programa, o foco é diversificar.
Para 2016, está prevista, por exemplo, a fabricação de 200 mil uniformes para internos do sistema prisional, em acordo com a Secretaria de Justiça e Cidadania. A diretoria da fábrica negocia ainda produções com a Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento do Distrito Federal e a Secretaria de Políticas para Crianças, Adolescentes e Juventude.
Balanço
As camisetas foram o carro-chefe da fábrica em 2015. Até o início de novembro, foram distribuídas 548.351. Em segundo lugar no ranking estão 51.088 bonés. Em terceiro, 16.304 bolas. A produção inclui ainda bandeiras, bolsas, lençóis, mochilas, pastas escolares e redes de basquete, futebol e vôlei.
A Secretaria de Educação, Esporte e Lazer foi o órgão mais atendido pelo programa, com 493 mil uniformes escolares e 61.240 itens diversos. A pasta de Saúde recebeu 3 mil lençóis. Vários órgãos também tiveram produtos confeccionados pela fábrica, como as camisetas do projeto Bombeiro Mirim, do Corpo de Bombeiros Militar. Além disso, houve demandas de administrações regionais e da Polícia Militar, entre outras instituições públicas.
Inscrição
Podem se inscrever nos cursos de formação da Fábrica Social, por meio do telefone 156, moradores de Brasília inscritos no Cadastro Único para Programas Sociais do governo federal. É preciso ter renda familiarper capita de até R$ 140. Quando aberto, o processo seletivo destina 5% das vagas para pessoas com deficiência, 5% para idosos e 5% para adolescentes em conflito com a lei.
Atualizado em 29/12/2015 – 11:08.
Mudança de vida
Ex-moradores de rua do DF ganham oportunidades de emprego na Sejus
O pedreiro Francisco Tavares, 40 anos, pai de três filhos, viveu quase três anos nas ruas, desde que perdeu o seu último emprego. No entanto, há três meses sua vida se transformou. Ele recebeu a abordagem do governo e dias depois foi nomeado para uma oportunidade de trabalho na Secretaria de Justiça e Cidadania (Sejus-DF). “Já tinha perdido as esperanças e, de repente, as portas do mercado de trabalho voltaram a se abrir para mim. Estou trabalhando com pintura, reforma, o que eu já sei fazer, mas me aprimorando. Essa oportunidade me trouxe condições de sustentar minha família e de sonhar com um futuro melhor”, celebrou.
Francisco é mais um dos beneficiados pelas políticas públicas do Governo do Distrito Federal (GDF) voltadas para à inclusão social de pessoas em situação de rua. Por meio do Decreto 46.250/2024, o Executivo oficializou a criação de 15 cargos dentro da estrutura do GDF destinados exclusivamente para atendimento deste público. A medida estabelece que os postos de trabalho sejam oferecidos nas estruturas administrativas da Sejus e das outras pastas que trabalham com temas relacionados a direitos humanos, qualificação profissional e assistência social.
A secretária de Justiça e Cidadania, Marcela Passamani, define a iniciativa como uma política de inclusão social inovadora. “A contratação de pessoas que já estiveram em situação de rua é uma forma de dignidade, ao oferecer trabalho e possibilidades reais de reintegração à sociedade. Este projeto piloto quebra barreiras e cria pontes para quem mais precisa, pois pessoas em situação de vulnerabilidade terão a chance de recomeçar e contribuir ativamente para o desenvolvimento do Distrito Federal”, afirma.
Mudança de vida
Gilvandro Soares, de 55 anos, foi mais um dos selecionados para fazer parte dessa iniciativa na Sejus. Ele relatou as dificuldades que passou neste período em que viveu nas ruas e como esta oportunidade deve mudar sua vida. “Foi um período difícil e sem privacidade. Esse emprego tem um impacto muito grande na minha vida. Agora tenho renda para adquirir o que eu quero e, mais importante, tenho muitos planos. A gente sonha quando não pode, tendo um salário fixo é outra coisa”.
Os selecionados para trabalhar na Sejus estão lotados no departamento de manutenção e participam das obras de revitalização de equipamentos públicos entregues pela pasta. Tanto Francisco quanto Gilvandro participaram da recente revitalização da sede da Associação Nova Cidadania, uma entidade sem fins lucrativos, que oferece atividades culturais e desportivas para pessoas idosas de Santa Maria.
A reserva de vagas de emprego para pessoas em situação de rua se soma às demais propostas do governo previstas no Plano de Ação para a Efetivação da Política Distrital para a População em Situação de Rua. Criado em 25 de maio, o documento está dividido em sete eixos, entre os quais está o Eixo de Trabalho e Renda. Nele, o GDF reconhece a importância do trabalho e da geração de renda como meio de inclusão social e dignidade, e oferece estratégias para a consolidação desse objetivo.
Atualizado em 22/11/2024 – 19:05.
Segurança Pública
Sete RAs do Distrito Federal estão há mais de um ano sem registrar homicídios
O Distrito Federal tem reduzido de forma consistente o número de homicídios. Em 2024, alcançou as menores taxas já verificadas em toda a série histórica, chegando à redução de 35% no total de homicídios registrados em outubro deste ano em comparação com o mesmo período do ano passado. Como efeito positivo da estabilidade dos dados, algumas regiões administrativas têm se destacado e estão há mais de um ano sem registros desta natureza criminal.
Em novembro, Candangolândia e Sudoeste/Octogonal completaram 12 meses sem registro de homicídios. O secretário de Segurança Pública do DF, Sandro Avelar, ressalta o esforço das forças de segurança, das demais áreas de governo e da sociedade civil na redução desses crimes: “O planejamento constante de nossas ações, tanto preventivas quanto repressivas, pautadas na integralidade, converge para promover a pacificação das regiões administrativas”.
O monitoramento dos crimes no DF, desenvolvido pela Subsecretaria de Gestão da Informação da Secretaria de Segurança Pública (SSP-DF), mostra, ainda, que Jardim Botânico, Cruzeiro, Riacho Fundo, Varjão e Arniqueira também integram a lista das cidades sem registro de homicídio em 12 meses.
“Trabalhamos para que todas as regiões administrativas alcancem essas taxas. Reconhecemos que ainda temos a evoluir e estamos constantemente em busca de novas soluções e parcerias com esse foco. No entanto, esses resultados precisam ser evidenciados e demonstram que o programa DF Mais Seguro – Segurança Integral está no caminho certo”, assegura Avelar.
Para a comandante da Polícia Militar do Distrito Federal, coronel Ana Paula Barros Habka, os números refletem as permanentes ações da corporação pautadas em dados e estudos analíticos deste fenômeno criminal. “O policiamento ostensivo do Distrito Federal é permanentemente orientado pelos dados e análises de manchas criminais, sendo determinante para uma maior eficiência das ações de prevenção.”
O delegado-geral da Polícia Civil, José Werick, destaca, ainda, a atuação da instituição na responsabilização dos autores de crimes de homicídio. “Nosso empenho é intenso para que nenhum caso fique sem solução no Distrito Federal. Prova disso é a recente pesquisa divulgada pelo Instituto Sou da Paz, que nos posicionou como a unidade da Federação com a maior taxa de elucidação de homicídios do país”, afirma.
Operações integradas
A Subsecretaria de Operações Integradas da SSP-DF promove sistematicamente reuniões técnicas com as forças de segurança pública e demais agências do Governo do Distrito Federal (GDF) para aprimoramento do planejamento das ações com foco na redução de homicídios. A subsecretária Cintia Queiroz enfatiza que esses encontros são fundamentais para que todos possam atuar com o mesmo foco.
“Reuniões integradas entre diferentes esferas de governo, forças de segurança e sociedade civil são fundamentais para o enfrentamento da violência. Ao promover o compartilhamento de informações, a articulação de estratégias conjuntas e a troca de experiências, essas reuniões contribuem para a aplicação de políticas públicas e planejamento operacional mais eficazes e direcionadas”
Evidências
A Subsecretaria de Gestão da Informação é o setor encarregado da análise de dados e da elaboração de estudos diagnósticos na área de segurança pública. O papel dela é crucial no planejamento tático-operacional, fornecendo informações estratégicas para a execução de ações integradas.
“É imprescindível entender a dinâmica criminal em todo o Distrito Federal, considerando as particularidades regionais e as principais causas dessas ocorrências, para orientar de maneira mais eficaz a atuação conjunta das forças de segurança. Desta forma, estamos sempre em busca de criar ferramentas e análises que possam contribuir com nossas políticas e para servir de base para atuação de nossas forças de segurança”, ressalta o subsecretário de Gestão da Informação, George Couto.
Pesquisas recentes
Segundo o levantamento do Atlas da Violência 2024, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), a capital federal tem a segunda menor taxa de homicídio: 13%. A cidade só perde para Florianópolis (8,9%), capital de Santa Catarina. Os dados se referem ao ano de 2022. Salvador (BA), Macapá (AP) e Manaus (AM) figuram entre as capitais com o maior número de assassinatos.
DF Mais Seguro – Segurança Integral
O programa DF Mais Seguro tem sido fundamental para o fortalecimento das políticas de segurança pública, por meio de uma abordagem inovadora, com base na integralidade, ou seja, com a participação de órgãos governamentais e população. Lançado há um ano, o objetivo da reformulação da política era sustentar a redução histórica da criminalidade no DF. A política, que vinha sendo implementada desde o início de 2023, foi oficialmente lançada em novembro do ano passado.
Atualizado em 22/11/2024 – 06:17.
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