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Todo cuidado é pouco

Junho Laranja alerta para o risco de queimaduras nas festas juninas

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Foto/Imagem: iStock


Fogueira, quentão, canjica, fogos de artifício. Os itens tradicionais do cenário junino podem provocar queimaduras. Para alertar sobre os riscos e informar sobre a prevenção a esses acidentes, a Sociedade Brasileira de Queimaduras (SBQ) promove a campanha Junho Laranja.

“A prevenção a queimaduras tem que durar o ano inteiro”, afirma o chefe da unidade especializada, Ricardo de Lauro. Só em 2022, o pronto-socorro da Unidade de Queimados do Hospital Regional da Asa Norte (Hran), referência no Distrito Federal desse tipo de acidente, atendeu mais de mil casos.

O médico defende que a campanha é importante para conscientizar a população. Ele atua na Unidade de Queimados desde 2008 e acompanha o crescimento das ocorrências. “Queimadura é o pior trauma que uma pessoa pode sofrer”, alerta.

Aumento de casos

Em 2021, foram 3.127 casos de queimaduras atendidos no Hran, 2.084 casos em 2020. A principal causa dos acidentes é a escaldadura, ou seja, provocada por líquidos quentes. Esse é o motivo de 49% dos atendimentos, seguido por combustíveis, responsáveis por 19% das ocorrências, e por chamas, que causam 11% dos acidentes desse tipo. O percentual de notificações por causas diversas é de 22%, como queimaduras por eletricidade, reação química ou contato com superfícies aquecidas.

Crianças são as vítimas mais frequentes de queimaduras. Cerca de 49% dos pacientes atendidos na Unidade de Queimados são menores de 14 anos. A faixa etária de 14 a 50 anos é a segunda maior vítima de queimaduras, representando 41% dos atendimentos no Hran, informa o médico.

Outro dado que chama a atenção é o aumento de internações por queimaduras causadas por álcool, principalmente em gel. Em 2020, 16,4% dos pacientes internados foram vítimas do inflamável. Já em 2021, o número saltou para 29%. “Às vezes as pessoas usam o álcool para desinfetar as mãos e vão cozinhar, por exemplo. Um resquício do produto na pele e estar à beira do fogão podem ser suficientes para causar um acidente”, adverte Ricardo.

Por isso, antes de vestir a roupa xadrez e colocar o chapéu de palha, fique atento aos cuidados básicos. Festas juninas podem ser ambientes propícios a queimaduras por líquidos quentes. Preste atenção ao manipular bebidas e alimentos com altas temperaturas, evite brincadeiras perto de fogueiras tanto para prevenir queimaduras por chamas quanto das vias aéreas por inalação de fumaça.

“Não solte fogos de artifício, deixe isso para quem entende. Tenha cuidado com produtos inflamáveis”, orienta o médico. Ricardo também alerta para cuidados na cozinha. “Em hipótese alguma apague óleo em combustão com água. Preste atenção ao manipular gás de cozinha e, se suspeitar de vazamento, abra portas e janelas e não acenda as luzes”, completa.

Em caso de queimadura, o ideal é buscar um serviço de saúde o mais breve possível. “Muitas vezes, as pessoas não procuram imediatamente ajuda, apenas quando a queimadura já está mais grave”, destaca Ricardo.

Referência

A Unidade de Queimados do Hran é referência no DF. Ali são tratados casos por acidentes térmicos, elétricos e químicos. A equipe é composta por médicos, enfermeiros, técnicos em enfermagem, fisioterapeutas, nutricionistas, psicólogos e assistentes sociais. “Queimadura é um trauma que compromete corpo e mente. Daí a importância de uma equipe multidisciplinar”, ressalta o médico.

O pronto-socorro de queimados funciona 24 horas, durante os sete dias da semana, e atende de 10 a 24 pacientes por dia. A unidade também conta com ambulatório, onde são feitos de 30 a 50 curativos por dia. Caso haja necessidade de cuidados mais intensivos, o Hran possui 16 leitos de internação para pacientes queimados, além de sala de curativos e sala de cirurgia para tratar as vítimas de queimadura.

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Protegendo bebês

Saúde do DF é pioneira na aplicação de medicamento contra bronquiolite

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Nirsevimabe bronquiolite
Foto/Imagem: Ualisson Noronha/Agência Saúde-DF

O Governo do Distrito Federal (GDF) dá um passo importante para a proteção da saúde de bebês prematuros: a capital do Brasil é a primeira unidade da federação a aplicar o Nirsevimabe na rede pública de saúde. O medicamento adquirido pela Secretaria de Saúde (SES-DF) é um anticorpo de ação prolongada que protege bebês contra infecções graves causadas pelo vírus sincicial respiratório (VSR), principal responsável por casos de bronquiolite e pneumonia nos primeiros meses de vida.

A pequena Ana Ísis, nascida com 36 semanas, foi a primeira bebê da rede pública a tomar o medicamento. Nesta quinta-feira (17), ao lado da mãe Raimunda Ribeiro, 38 anos, ela recebeu o Nirsevimabe no Hospital Materno Infantil de Brasília (Hmib). Ana Ísis integra o público-alvo do medicamento: recém-nascidos prematuros, com idade gestacional entre 32 semanas e 36 semanas e 6 dias, nascidos a partir de 1º de outubro de 2024 – faixa etária que integra o período de maior circulação do VSR no Distrito Federal em 2025.

“O Nirsevimabe representa um avanço enorme na proteção da primeira infância. Essa ação reforça o compromisso do Governo do Distrito Federal com a prevenção, o cuidado e a inovação na saúde pública, especialmente para os nossos pequenos mais vulneráveis”, afirmou o secretário de Saúde do DF, Juracy Cavalcante Lacerda Júnior.

A aplicação do medicamento é feita antes do pico da sazonalidade das infecções respiratórias em bebês, como medida preventiva para reduzir complicações e internações – o que tem impacto direto na ocupação de leitos de UTI neonatal. A distribuição está sendo realizada para as 11 maternidades da rede pública, de forma proporcional à estimativa de nascimentos prematuros.

Todo o processo seguirá um protocolo rigoroso e humanizado da SES-DF, elaborado em parceria com a Sociedade Brasileira de Pediatria e o Hospital da Criança de Brasília José Alencar (HCB). A capacitação dos profissionais da rede – médicos, enfermeiros e farmacêuticos – já foi iniciada.

Aprovado pela Anvisa em outubro de 2023 e incorporado ao SUS em fevereiro deste ano, o Nirsevimabe é um anticorpo pronto, que oferece proteção imediata sem necessidade de ativação do sistema imunológico, sendo especialmente eficaz para prematuros e crianças com menos de dois anos com comorbidades.

“É importante destacar que o Palivizumabe continuará sendo utilizado para os grupos de risco já estabelecidos, como crianças com cardiopatias congênitas e displasias pulmonares. O Nirsevimabe vem ampliar a estratégia de proteção, de forma complementar e integrada ao protocolo vigente”, explicou a médica pediatra e gestora da SES-DF, Julliana Macêdo.

Com essa iniciativa pioneira, o Distrito Federal assume o protagonismo nacional no enfrentamento das síndromes respiratórias graves em crianças, priorizando a vida desde os primeiros dias.

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26 de abril

Dia nacional de prevenção à hipertensão alerta para o controle da doença

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Ao Vivo de Brasília
hipertensão arterial
Foto/Imagem: Freepik

Celebrado no próximo sábado, 26, o Dia Nacional de Prevenção e Combate à Hipertensão Arterial faz um alerta importante para a conscientização da população sobre a identificação dessa doença “silenciosa”, mas que pode ser controlada com o acompanhamento médico e mudanças de hábitos.

Estima-se que cerca de 27,9% dos brasileiros sejam hipertensos. A maior prevalência ocorre entre mulheres, com 29,3% das pessoas do sexo feminino com a doença. Entre os homens, 26,4% tem hipertensão. Os dados são do levantamento feito pelo Sistema de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel) do Ministério da Saúde, realizado, em 2023, nas 27 capitais.

O médico da Família e Comunidade da Amparo Saúde, Pedro Pina, informa que “a hipertensão arterial sistêmica, popularmente conhecida como pressão alta, é uma condição crônica caracterizada pelo aumento persistente da pressão sanguínea nas artérias. Isso significa que o coração precisa fazer mais força para bombear o sangue para o resto do corpo, o que pode causar sérios problemas de saúde ao longo do tempo”.

Pina explica que uma pessoa é considerada hipertensa quando apresenta valores iguais ou superiores a 140/90 mmHg em medições repetidas em diferentes ocasiões. “É importante ressaltar que apenas uma aferição acima do normal não caracteriza hipertensão arterial sistêmica, mas indica que a pessoa deve procurar um médico para compreender o motivo”, salienta ele, acrescentando que o diagnóstico preciso para essa doença “silenciosa” deve ser feito por um profissional de saúde, considerando também fatores de risco e condições clínicas.

A pressão alta pode ter diversas causas, incluindo fatores genéticos, como histórico familiar de hipertensão; hábitos alimentares inadequados, com o consumo excessivo de sal, gorduras e alimentos ultraprocessados; sedentarismo; obesidade; estresse; tabagismo; consumo excessivo de álcool; e doenças preexistentes, a exemplo de diabetes e doenças renais.

Sinais de pressão alta

Os sintomas da hipertensão podem não aparecem em todos os pacientes, como alerta Pina, tornando a doença ainda mais perigosa. No entanto, alguns sinais podem indicar que algo está errado, como dores de cabeça frequentes, tontura e mal-estar, visão embaçada ou alterações visuais associadas à dor de cabeça, falta de ar e dor no peito.

“Caso esses sintomas apareçam, é essencial buscar atendimento médico, porque o grande problema da hipertensão arterial sistêmica são suas consequências. Se não for controlada, ela pode levar a sérias complicações, como acidente vascular cerebral (AVC), infarto agudo do miocárdio, insuficiência cardíaca, doenças renais e problemas na visão”, informa.

Embora seja mais comum em adultos, crianças e adolescentes também podem desenvolver hipertensão, principalmente devido a fatores genéticos, obesidade e maus hábitos alimentares. “O acompanhamento pediátrico é fundamental para a prevenção e tratamento. A hipertensão em crianças, geralmente, tem causas de maior gravidade e que precisam ser investigadas com maior atenção”, pontua.

Para confirmar o diagnóstico da hipertensão será necessária a aferição da pressão arterial em diferentes momentos. Em alguns casos, exames complementares, como monitorização ambulatorial da pressão arterial (Mapa) ou monitorização residencial da pressão arterial (MRPA), podem ser solicitados pelo médico.

“O tratamento inclui mudanças no estilo de vida e, em muitos casos, o uso de medicamentos anti-hipertensivos”, informa Pina, pontuando que as principais medidas para o controle da hipertensão são: reduzir o consumo de sal e alimentos ultraprocessados, principalmente aqueles ricos em sódio, como refrigerantes; praticar atividade física regularmente para manter um peso saudável; controlar o estresse e evitar o tabagismo e o consumo excessivo de álcool, além de seguir corretamente as orientações médicas e tomar os medicamentos prescritos.

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