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Hora de dormir

Insônia em crianças pode ser tratada com higiene do sono, diz médico

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higiene do sono
Foto/Imagem: Pixabay
Agência Brasil

A dificuldade de dormir ou conseguir manter um sono contínuo durante a noite também pode acometer crianças. Para elas, entretanto, a insônia tem características distintas.

Enquanto nos adultos as situações estressantes são as maiores causadoras de noites mal dormidas, nas crianças, a insônia tem caráter comportamental. Por isso, o tratamento demanda mudança de hábitos da família e o estabelecimento de uma rotina para pais e filhos, principalmente à noite.

Nos primeiros meses de vida, o bebê tem um sono espaçado ao longo das 24 horas, dormindo em média 16 horas por dia. Com o passar do tempo, esse período vai diminuindo, e ele dorme entre 11 e 14 horas. Quando completa 12 meses, a criança já tem um período de sono mais prolongado à noite e faz 1 a 2 cochilos de dia.

Nesta fase, o bebê pode ter dificuldade para iniciar e manter o sono, precisando da presença e intervenção dos pais, dando colo, embalando, oferecendo o seio materno ou a mamadeira.

“Existem crianças que estão acostumadas a dormir somente após mamar, ficar no colo e ser embalada. Por isso, quando despertam no meio da noite, chamam os pais para que eles repitam este ritual”, alerta o pediatra Gustavo Moreira, pesquisador do Instituto do Sono. É a chamada insônia por distúrbio de associação. Geralmente, explica o médico, é desencadeada quando a criança adoece, principalmente nos primeiros anos de vida, necessitando de atenção redobrada dos pais.

As doenças mais comuns nesta fase são bronquite, refluxo gastroesofágico, alergia à proteína do leite de vaca e infeções de repetição. Outros gatilhos são mudanças de casa, cidade ou início precoce da creche.

Na criança maior, o comportamento é diferente e ela tenta prorrogar o início do sono dizendo que está com fome, sede ou medo. Ela pode acordar no meio da noite e ir para o quarto dos pais, que a levam de novo para o seu quarto. “Esse vaivém dura até uma hora que, por cansaço, os pais deixam a criança dormir na cama do casal ou numa cama ao lado. É a chamada insônia por falta de limites”, explica o médico.

Segundo o especialista, algumas crianças podem apresentar os dois tipos de insônia combinados ou migrar do distúrbio de associação para o de falta de limites. “Esse problema é bem frequente, em torno de 20% das crianças. Famílias vivem esse problema, de uma forma mais intensa ou menos”, relata o médico.

O maior problema de noites mal dormidas é que as crianças podem ficar irritadas, agressivas e desatentas ao longo do dia.

Segundo Moreira, a insônia pediátrica está associada ao fato de que, para a criança, o horário de dormir está relacionado ao momento de separação dos pais. Caso não exista um processo de transição, o bebê vai chorar quando estiver sozinho no berço e a criança maior vai usar subterfúgios para não dormir.

“Para o tratamento da insônia infantil, primeiro é preciso ensinar a criança a dormir sozinha. Para isso, a gente tem que fazer a higiene do sono. Quase ninguém faz, mas é importante”, reforça o especialista.

Higiene do sono

Não há fórmula mágica para que as crianças durmam a noite inteira, mas com paciência e dedicação dos pais na aplicação da higiene do sono, a prática pode ajudar os pequenos a dormirem melhor.

A higiene do sono é um conjunto de atividades tranquilas que direcionam a criança para o momento de dormir.

Confira as orientações do especialista:

Estabelecer rotina – definir horários fixos para a criança dormir, acordar e fazer uma soneca nos sete dias da semana. “Tem que ter uma regularidade no horário para dormir e antes de dormir, uma hora antes, desligar os eletrônicos”, reforça o especialista.

Evitar o uso de telas – celulares, tablets e aparelhos de televisão servem de estimulantes para as crianças. O uso deve ser evitado de 1 a 2 horas antes do horário de ir para cama.

“Esses dispositivos têm um conteúdo estimulante. E a luz que é emitida pelo tablet, celular, vai lá no cérebro dizer que é dia, e não é noite. A criança tem que parar de pular, de correr e fazer uma atividade calma como desenhar, por exemplo”

Hora de dormir – o melhor horário para a criança ir para a cama é no início da noite. A escuridão vai estimular a produção da melatonina, hormônio que facilita o sono.

Banho quente – o banho ajuda a tranquilizar a criança. Mas tem que ser um banho calmo, sem muitas brincadeiras.

Ritual de sono – diminua o ritmo e a movimentação da casa. Essa sucessão de eventos ajuda a criança a se acalmar e a sinalizar que é hora de dormir. Inicie desligando as luzes no ambiente principal da casa, por exemplo. Em seguida, ela deve ir ao banheiro para escovar os dentes e depois ir para o quarto dormir.

Contar histórias – “antes de apagar as luzes, os pais podem cantar uma canção, fazer uma oração ou contar uma história para seu filho”, aconselha o especialista.

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Em 2024

Meningite: casos caem 14% no Distrito Federal com aumento da vacinação

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Ao Vivo de Brasília
Vacina meningite DF
Foto/Imagem: Freepik

O Distrito Federal registrou 333 casos suspeitos de meningite em 2024, sendo 92 confirmados. Isso representa uma redução de 14% em relação a 2023, quando houve 254 notificações e 107 confirmações da doença entre residentes da capital. Apesar da queda, os dados reforçam a importância da vacinação, já que a meningite é amplamente evitável por meio da imunização.

Segundo o Informativo Epidemiológico de 2024, há uma tendência histórica de redução da doença nos últimos 15 anos, tanto no número de casos quanto na letalidade. Das ocorrências registradas neste ano no DF, 52% foram causadas por bactérias, 30% por vírus, 7% por outras etiologias (principalmente fúngicas) e, em 11% dos casos, a causa não foi identificada.

A cobertura vacinal também apresentou avanço. Foram aplicadas 30,9 mil doses em 2024, contra 30,3 mil no ano anterior — um aumento de 1,78%. Em 2023, a cobertura alcançou 86%, enquanto em 2024 chegou a 95,3%.

A médica Anna Paula Bise Viegas, responsável técnica pela área de meningites na Gerência de Vigilância de Doenças Imunopreveníveis da Secretaria de Saúde (SES-DF), reforça o papel central da vacinação: “A meningite é uma enfermidade grave, com risco de sequelas e potencialmente fatal. Boa parte da diminuição no número de casos que vemos hoje se deve às vacinas. Manter a caderneta de vacinação atualizada é a principal estratégia para evitar as meningites”.

De acordo com o Ministério da Saúde, entre 2010 e 2024 foram notificados mais de 356 mil casos suspeitos da doença no Brasil, com mais de 234 mil confirmações. A maioria dos casos é de origem viral ou bacteriana, e a principal forma de transmissão ocorre por meio de gotículas e secreções do nariz e da garganta, como saliva, tosse e espirros.

Sintomas

A meningite é uma inflamação das meninges — membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal. Os sintomas incluem febre, dor de cabeça intensa, vômitos, confusão mental, sensibilidade à luz, convulsões, rigidez na nuca e erupções na pele. Em crianças menores de dois anos, também são comuns febre, sonolência e choro persistente.

Tratamento

O tratamento depende do tipo e da gravidade da infecção. Nos casos bacterianos, o uso de antibióticos é essencial. Ainda assim, a prevenção segue sendo a principal arma contra a doença.

A vacina contra a meningite C está disponível no Programa Nacional de Imunizações (PNI) desde 2010 para crianças de até um ano. Em 2017, o público-alvo foi ampliado para incluir adolescentes de 11 a 14 anos.

Em 2020, ocorreu a substituição da vacina meningocócica C para meningocócica ACWY, para os adolescentes de 11 e 12 anos. Atualmente, a ACWY está disponível para meninos e meninas de 11 a 14 anos no Calendário Nacional de Vacinação.

Atendimento

A porta de entrada para o atendimento na saúde pública do Distrito Federal são as unidades básicas de saúde (UBSs). Lá, os profissionais realizam o encaminhamento para outras unidades, como hospitais e policlínicas, caso haja necessidade. As vacinas contra a doença também estão disponíveis nas salas de vacinação espalhadas pela capital.

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Protegendo bebês

Saúde do DF é pioneira na aplicação de medicamento contra bronquiolite

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Nirsevimabe bronquiolite
Foto/Imagem: Ualisson Noronha/Agência Saúde-DF

O Governo do Distrito Federal (GDF) dá um passo importante para a proteção da saúde de bebês prematuros: a capital do Brasil é a primeira unidade da federação a aplicar o Nirsevimabe na rede pública de saúde. O medicamento adquirido pela Secretaria de Saúde (SES-DF) é um anticorpo de ação prolongada que protege bebês contra infecções graves causadas pelo vírus sincicial respiratório (VSR), principal responsável por casos de bronquiolite e pneumonia nos primeiros meses de vida.

A pequena Ana Ísis, nascida com 36 semanas, foi a primeira bebê da rede pública a tomar o medicamento. Nesta quinta-feira (17), ao lado da mãe Raimunda Ribeiro, 38 anos, ela recebeu o Nirsevimabe no Hospital Materno Infantil de Brasília (Hmib). Ana Ísis integra o público-alvo do medicamento: recém-nascidos prematuros, com idade gestacional entre 32 semanas e 36 semanas e 6 dias, nascidos a partir de 1º de outubro de 2024 – faixa etária que integra o período de maior circulação do VSR no Distrito Federal em 2025.

“O Nirsevimabe representa um avanço enorme na proteção da primeira infância. Essa ação reforça o compromisso do Governo do Distrito Federal com a prevenção, o cuidado e a inovação na saúde pública, especialmente para os nossos pequenos mais vulneráveis”, afirmou o secretário de Saúde do DF, Juracy Cavalcante Lacerda Júnior.

A aplicação do medicamento é feita antes do pico da sazonalidade das infecções respiratórias em bebês, como medida preventiva para reduzir complicações e internações – o que tem impacto direto na ocupação de leitos de UTI neonatal. A distribuição está sendo realizada para as 11 maternidades da rede pública, de forma proporcional à estimativa de nascimentos prematuros.

Todo o processo seguirá um protocolo rigoroso e humanizado da SES-DF, elaborado em parceria com a Sociedade Brasileira de Pediatria e o Hospital da Criança de Brasília José Alencar (HCB). A capacitação dos profissionais da rede – médicos, enfermeiros e farmacêuticos – já foi iniciada.

Aprovado pela Anvisa em outubro de 2023 e incorporado ao SUS em fevereiro deste ano, o Nirsevimabe é um anticorpo pronto, que oferece proteção imediata sem necessidade de ativação do sistema imunológico, sendo especialmente eficaz para prematuros e crianças com menos de dois anos com comorbidades.

“É importante destacar que o Palivizumabe continuará sendo utilizado para os grupos de risco já estabelecidos, como crianças com cardiopatias congênitas e displasias pulmonares. O Nirsevimabe vem ampliar a estratégia de proteção, de forma complementar e integrada ao protocolo vigente”, explicou a médica pediatra e gestora da SES-DF, Julliana Macêdo.

Com essa iniciativa pioneira, o Distrito Federal assume o protagonismo nacional no enfrentamento das síndromes respiratórias graves em crianças, priorizando a vida desde os primeiros dias.

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