Artigo
Alfabetização é o caminho para a construção de uma sociedade menos desigual
Mesmo antes de ser alfabetizada convencionalmente, a criança tem suas próprias ideias de como ler e escrever. Ao compreendermos que ela chega à escola trazendo muitos conhecimentos sobre leitura e escrita, construídos a partir das suas vivências, estamos possibilitando que estes pequenos façam leituras e escritas segundo suas possibilidades e de acordo com os conhecimentos que foram construídos até aquele momento.
As pesquisas realizadas por Emília Ferreiro mostram-nos que a criança aprende a ler e a escrever porque é desafiada a confrontar suas hipóteses sobre leitura e escrita com outras possibilidades (convencionais) que serão oferecidas pelo professor. Aprender a ler e a escrever são processos distintos que constituem a alfabetização, porém várias pessoas imaginam que sejam idênticos.
As ações de ler e escrever têm o foco na escrita, porém elas se diferenciam tanto nas operações cognitivas nas quais se apoiam, quanto em relação aos procedimentos de ensino-aprendizagem, que devem orientar o processo de alfabetização. Em nossa rotina diária em sala de aula é possível observar crianças que iniciam a escrita, mas demonstram insegurança ao ler, alegando não saberem o que está escrito. O papel do professor mediador nesse momento é muito importante: interferir no processo de aprendizagem sem causar desestímulo na criança é bem desafiador.
O ato de ler envolve o reconhecimento da palavra escrita, a compreensão do texto que está sendo lido e a busca e exploração do sentido que o texto tem para o leitor. Por outro lado, ao escrever, precisamos grafar palavras de acordo com as regras ortográficas, organizar o texto para que ele expresse as ideias que se quer apresentar de modo coerente, de acordo com o leitor que se visa, o que está relacionado com sentido, motivo e objetivos que a pessoa tem ao produzir o texto. Embora sejam ações complementares, ler e escrever demandam operações que diferem do ponto de vista da natureza dos processos cognitivos envolvidos.
Estas operações podem ser aprendidas e desenvolvidas de forma integrada, mas é preciso que se considerem as especificidades de cada um e o fato de que o alicerce da alfabetização é o aprendizado de leitura, já que o desenvolvimento das operações que a constituem são, fundamentalmente, os meios para a compreensão da língua escrita por parte do alfabetizando. Assim, o aprendizado da escrita deve decorrer do aprendizado da leitura.
Direcionar o aluno a aprender, a executar desafios, a conviver em harmonia, a ser, a desenvolver a inteligência e a transformar informações em conhecimentos são objetivos da educação nos dias atuais e o educador deve criar situações que permitam ao aluno vivenciar os usos sociais da escrita.
É nítido observar a diferença das nossas competências e habilidades atualmente, em relação à alfabetização dos tempos antigos, onde os conhecimentos eram impostos e apresentados para as crianças de uma maneira que muitas vezes não faziam sentido e não existiam um significado em relação às vivências dos nossos pequenos, que precisam ser respeitadas. Nos dias atuais, a alfabetização acontece de forma prazerosa e contextualizada, onde a criança tem um papel fundamental nesse processo.
Ser letrado e alfabetizado significa saber ouvir, falar, ler, escrever, interpretar, elaborar novos conhecimentos, expressar pensamentos e sentimentos, numa linguagem adequada a cada situação. Diante dos desafios que fomos expostos durante o tempo de pandemia, a alfabetização, através das telas, tornou-se tudo mais complexo. Atingir o nosso objetivo em relação aos conteúdos que necessitamos alcançar com os nossos alunos fez com que nós, professoras, nos reinventássemos a cada dia.
As atividades lúdicas tomaram o lugar dos cadernos e das fichas impressas. As demandas diárias e a nossa convivência aconteceram de uma maneira mais próxima, pois estávamos dentro das casas dos nossos educandos todos os dias, convivendo com a rotina familiar de cada um. O papel da família foi transferido para, além de tudo, aprender a ensinar os nossos conteúdos programáticos. Mas, com bastante inovação, apoio das escolas e dos familiares, conseguimos superar cada etapa e apresentar um trabalho de excelência, tornando os prejuízos mais leves.
O Dia Nacional da Alfabetização nos faz lembrar o quanto essa data é importante, porque diante de todos esses aspectos da formação de um cidadão, ela nos permite exercer a nossa cidadania plenamente. Além disso, a alfabetização é um dos primeiros passos para o desenvolvimento intelectual de um indivíduo.
Uma alfabetização de qualidade possibilita que uma pessoa se coloque como um cidadão que luta por seus direitos. O desenvolvimento educacional da população também permite a formação de profissionais em ofícios de grande importância para a sociedade. Com isso, as sementes plantadas por meio da alfabetização retornam para a sociedade por intermédio de profissionais qualificados e cidadãos preocupados com o desenvolvimento de nosso país.
Além disso, a alfabetização e todo o esforço educacional em geral têm relação direta com a construção de uma sociedade menos desigual. As oportunidades abertas pela alfabetização e escola permitem, portanto, uma redução sensível na desigualdade social.
O Dia Nacional da Alfabetização é importante também porque serve como um momento em que a questão é debatida com maior profundidade e que políticas públicas podem ser pensadas para se ampliar o esforço para a alfabetização plena da população brasileira. Até porque o Banco Nacional Comum Curricular (BNCC) define que é um direito de toda criança ser alfabetizada até o segundo ano do Ensino Fundamental.
Lembrando que quando falamos de alfabetização, não falamos apenas do indivíduo que não sabe ler ou escrever, mas também do cidadão que lê e não consegue interpretar o que foi lido de maneira satisfatória.
Por esse motivo, os professores precisam apresentar uma experiência significativa para identificar que escrever envolve muitas habilidades que vão desde a organização do pensamento, ao domínio do código alfabético. É importante oferecer à criança bons modelos de textos em diversos portadores e estruturas. Desta forma, será possível que ela se sinta atraída pela leitura – o que é um passo importante para um bom escritor e também um bom leitor.
*Professora do 1º Ano do Ensino Fundamental – Anos Iniciais do Colégio Seriös.
Atualizado em 14/11/2021 – 15:23.
Novembro Azul
Retinopatia diabética afeta mais de 10 milhões de brasileiros
O Novembro Azul também é uma campanha de conscientização sobre o diabetes e suas complicações, como a retinopatia diabética. A doença ocular é causada por lesões nas pequenas artérias que irrigam a retina, danificando o tecido localizado no fundo do olho que capta as imagens interpretadas pelo cérebro. Dados do Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO) mostram que a doença é a principal causa de perda de visão entre pessoas de 20 a 64 anos de idade. Segundo a Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), mais de 10 milhões de brasileiros convivem com problemas associados à enfermidade, número que pode ser ainda maior devido à subnotificação dos casos.
Antônio Sardinha, oftalmologista do Hospital de Olhos de Cuiabá (HOC), enfatiza que a retinopatia diabética é uma complicação séria que pode ocorrer em qualquer estágio e tipo de diabetes. “A cegueira está associada à fase avançada da retinopatia diabética, caracterizada pela retinopatia proliferativa e suas manifestações, como neovascularização na retina ou no disco óptico, hemorragia pré-retiniana ou vítrea e proliferação fibrovascular, que pode resultar em descolamento de retina”, explica o especialista.
Entre os sintomas iniciais estão visão borrada, distorcida, presença de manchas flutuantes e áreas escuras na visão. “O problema pode evoluir silenciosamente, causando hemorragias em áreas da retina menos importantes e progredir para glaucoma, hemorragias maiores e descolamento de retina, o que pode levar à perda de visão”, alerta o especialista.
Ele ressalta que o exame de fundo de olho é crucial para o diagnóstico da retinopatia diabética. “Pacientes com diabetes tipo 1 devem realizar o exame anualmente após cinco anos do diagnóstico, enquanto os com diabetes tipo 2 devem ser examinados no momento do diagnóstico e anualmente depois disso. Gestantes com diabetes devem ser avaliadas precocemente, enquanto mulheres com diabetes gestacional apresentam baixo risco para retinopatia diabética”, explica o oftalmologista.
De acordo com o especialista, o tratamento inclui controle rigoroso do diabetes, ajustes nos hábitos alimentares e no estilo de vida, além de tratamento imediato do edema macular diabético, quando necessário, para prevenir a piora da visão e a cegueira. “Acompanhamento médico regular é essencial para determinar a gravidade da retinopatia e orientar o tratamento adequado”, conclui o oftalmologista do Hospital de Olhos de Cuiabá (HOC).
Atualizado em 24/11/2024 – 10:01.
Será enviado à CLDF
Governador Ibaneis Rocha anuncia projeto de lei para reduzir o ITBI no DF
O governador Ibaneis Rocha anunciou, nesta sexta-feira (22), um projeto de lei para alterar a alíquota do Imposto sobre Transmissão de Bens Imóveis (ITBI), sendo de 1% na primeira transmissão de imóvel novo edificado e de 2% nos demais casos.
A fala ocorreu durante as comemorações dos 60 anos do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Distrito Federal (Sinduscon-DF), onde o chefe do Executivo foi homenageado pelo trabalho em prol do setor.
O projeto de lei será enviado em breve à Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) para votação e, se aprovado, terá validade a partir de 1º de janeiro de 2025.
No discurso, o governador Ibaneis Rocha afirmou que a redução do tributo não vai afetar os investimentos no DF, que terá de R$ 8 bilhões a R$ 10 bilhões de investimentos para o próximo ano. “O compromisso no momento que a gente tivesse com as contas ajustadas era fazer essa redução. Ela tem um impacto muito grande, principalmente na vida das pessoas que compram seus imóveis, seja o primeiro imóvel, seja o primeiro imóvel novo. Porque quando você fala de redução de 3% para 2% você está falando de uma redução de quase 50% desse valor do ITBI. Isso faz uma diferença muito grande na vida das pessoas, porque os imóveis no Brasil são muito caros. E a gente, por outro lado, com essa redução para 1% do imóvel novo, aquele primeiro imóvel, aquela primeira escritura, a gente incentiva também a construção civil, porque os empresários vão investir mais. Então nós vamos ter um retorno disso aí na parte do ICMS, porque nós vamos vender mais ferro, cimento, tijolo, e vamos gerar mais emprego nas cidades, porque a cidade precisa de geração de emprego. A construção civil é muito importante para o Distrito Federal”, disse Ibaneis Rocha.
A redução na alíquota do ITBI faz parte do trabalho do GDF para fortalecer setores importantes da economia e colaborar com a geração de emprego e renda.
“Nós vamos ter uma redução na arrecadação em torno de R$ 500 milhões, mas que está perfeitamente acomodada dentro do nosso orçamento. Isso mostra que nós estamos trabalhando no caminho certo, com organização, sem deixar de fazer os investimentos necessários, mas também pensando no lado da geração de emprego na nossa cidade”, acrescentou Ibaneis Rocha.
Em 2015, o ITBI subiu de 2% para 3%. Em 2022, o Governo do Distrito Federal (GDF) reduziu temporariamente para 1% pelo período de três meses como parte do programa Pró-Economia II, criado para recuperar e fortalecer a economia da capital, afetada pela pandemia de covid-19. Agora, a redução virá por meio de lei, conforme explica o secretário de Economia, Ney Ferraz.
“A determinação do governador Ibaneis Rocha é trabalharmos sempre na construção de um ambiente favorável para o desenvolvimento econômico da nossa cidade. E a redução do ITBI converge nesse sentido, pois estimula as transações imobiliárias, novas construções, gera emprego e renda. Além disso, estamos estimulando também a arrecadação do ICMS, com a venda de material de construção, por exemplo. Ou seja, a redução é na verdade um estímulo para o crescimento da nossa economia. O melhor é que não se trata de uma medida temporária. A proposta do governo é manter as alíquotas de 2% para transações de imóveis usados e 1%, no caso de novos imóveis”, detalhou Ney Ferraz.
A medida foi bem recebida por diferentes setores. Para o presidente do Sinduscon-DF, Adalberto Valadão Júnior, a medida mostra uma visão inteligente do governo.
“Cabe a gente ser bastante grato e reconhecer esse esforço que o governador fez. São basicamente três motivos importantes pelo qual isso nos orgulha e nos agrada muito. Primeiro, é uma demonstração de sensibilidade com os pleitos do setor. Segundo, é a correção de um erro histórico, que como eu falei, aconteceu há cerca de 10 anos, quando numa sanha arrecadatória, o governo anterior aumentou o ITBI, prejudicando não só o setor produtivo, mas também boa parte da população. E terceiro, demonstra uma ideologia pouco presente hoje entre os políticos, mas que deveria estar mais presente e que é muito importante, que é compreender que carregar, que colocar peso sobre o empresário, sobre a população, isso só atrasa a vida de todo mundo”, avalia.
Em visão semelhante, o presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Distrito Federal (Fecomércio-DF), José Aparecido da Costa Freire, comemorou o anúncio. “Há tempos destacamos a necessidade de reduzir a carga tributária como uma medida essencial para impulsionar o investimento, a expansão e a inovação nos negócios. Essa iniciativa do GDF promove benefícios amplos, como a facilitação da regularização de imóveis, a redução de custos operacionais e o estímulo à formalização”, avalia.
Atualizado em 22/11/2024 – 23:37.
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