OPAS
Saúde busca recertificação do Brasil como país livre do sarampo
Em comunicado oficial enviado à Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), o Ministério da Saúde confirmou um caso de sarampo endêmico ocorrido no Pará em 23 de fevereiro deste ano. Com isso, o Brasil perderá a certificação de país livre da doença e iniciará o plano para retomar o título dentro dos próximos 12 meses.
“Iniciamos a gestão, no atual governo, com taxas de imunização muito baixas. Elas atingiram um pico em 2003, mas, no geral, de lá para cá caíram ano a ano até chegarem perto de 80% no ano passado. Não é o patamar ideal. Temos que elevá-la acima a 95%”, afirma o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta. “Nosso plano consiste em encaminhar medidas importantes ao Congresso Nacional, como a exigência do certificado de vacinação, não impeditiva, de ingresso na escola e no serviço militar. Reforçaremos, ainda, o monitoramento da vacinação, por meio dos programas de integração de renda e como norma para os trabalhadores de saúde”, complementou.
As ações fazem parte de um conjunto de medidas que estão sendo desenvolvidas para os primeiros 100 dias de governo. As medidas ainda incluem a melhora nos sistemas de informação e monitoramento para medidas de prevenção e controle; a ampliação das estratégias a adesão da população à imunização; o acerto com estados e municípios estratégia para fomentar a oferta local de salas de vacinação em horário diferenciado; a instituição de uma “força tarefa” para apoiar os Estados e Municípios na investigação e manejo de casos de doenças imunopreveníveis e a realização de uma ampla campanha de multivacinação, entre outra ações.
O ministro também explicou que a falta de uma rede de atenção básica forte torna pouco efetivos os esforços nacionais para a promoção da saúde e prevenção de doenças. “Neste mês, iniciaremos o fortalecimento da atenção básica, com a criação de uma secretaria própria no organograma do Ministério da Saúde. Esse nível de atenção será prioritário para garantir a retomada dos índices de vacinação adequados no país e acompanhamento da saúde dos brasileiros”, disse.
Nos últimos anos, casos de sarampo têm sido reportados em várias partes do mundo e segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde), os países dos continentes europeu e africano registraram o maior número de casos da doença. Apenas nos primeiros meses de 2019, diversos países vêm reportando um aumento significativo nos números de casos dentre eles podemos citar Benin (147), Ethiopia (1351), Libéria (1902) e Europa (881). Nas Américas, o Brasil apresenta 48 casos e os Estados Unidos da América 206, além de 283 na Venezuela, surto responsável pela reintrodução da doença no país. Para o ministro, o cenário demonstra a necessidade de um esforço intranacional para a contenção do sarampo.
O Ministério da Saúde prepara uma campanha publicitária para estimular a vacinação contra o sarampo no Amazonas, Roraima e Pará. Os três estados registram, desde o ano passado, transmissão ativa do vírus. A campanha será veiculada em abril e chamará para a vacinação contra o sarampo crianças de seis meses a menores de cinco anos, público com baixa cobertura vacinal nos três estados e mais vulnerável para a doença. Esta ação será realizada de forma seletiva, mediante avaliação e atualização da situação vacinal dessas crianças para obtenção da meta preconizada pelo Ministério da Saúde de 95% de cobertura vacinal contra o sarampo. A vacina contra o sarampo está disponível gratuitamente nos postos de saúde de todo o Brasil.
As complicações mais comuns do sarampo são infecções respiratórias, otites, doenças diarreicas e doenças neurológicas. As complicações do sarampo podem deixar sequelas, tais como: diminuição da capacidade mental, cegueira, surdez e retardo do crescimento. O agravamento da doença pode levar à morte de crianças e adultos.
Casos de sarampo
Desde que identificou os primeiros casos em fevereiro de 2018 e entendendo a gravidade da situação, o Brasil intensificou o bloqueio vacinal, com a realização de campanhas em Roraima em março e abril e em Manaus de abril a agosto, com 489 mil doses aplicadas. Nos demais estados foi realizada a campanha nacional em agosto para as crianças de 1 a menores de 5 anos.
Um exemplo de ação rápida e recente do novo governo, foi a vacinação de mais de 15 mil pessoas contra o sarampo diante de um surto registrado no navio MSC Seaview, que visita a costa brasileira e trazia pessoas de vários continentes, inclusive da Europa, região que mantém curva endêmica crescente de casos da doença. A ação foi realizada em conjunto com as secretarias de Saúde de São Paulo e Santos (SP).
De janeiro a 19 de março de 2019, foram confirmados laboratorialmente 28 casos de sarampo em dois estados do Brasil. Os casos estão relacionados à cadeia de transmissão iniciada em 19 de fevereiro de 2018, sendo 23 casos no Pará e cinco casos no Amazonas, todos na região norte do país. A situação demonstra uma importante redução no número total de casos notificados quando comparados ao ano de 2018. Durante todo o ano de 2018, foram confirmados 10.326 casos, sendo 9.803 no Amazonas, 361 em Roraima e 79 no Pará. O pico foi atingido em julho de 2018, quando foram registrados 3.950 casos da doença.
Xô, Aedes!
Distrito Federal tem queda de 81% no número de casos de dengue
O engajamento da população e as iniciativas do Governo do Distrito Federal (GDF) para combater o Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue, têm dado resultado. No ano passado, nesta mesma época, foram 1.354 novos casos em uma semana. Agora, foram 256, uma queda de 81%.
“Esse levantamento mostra o resultado das ações, seja do governo, seja da população. É uma situação do momento, então pode haver mudanças. O importante é mantermos o foco e a união para juntos mantermos a dengue sob controle”, afirma a secretária de Saúde do DF, Lucilene Florêncio.
O mais recente boletim epidemiológico da Secretaria de Saúde mostra que, até o fim da Semana Epidemiológica 48, o DF somava 283.841 casos suspeitos de dengue ao longo de todo o ano, frente a 283.685 da semana epidemiológica 47, um acréscimo de 256. Já em 2023, a SE 48 somava 31.997 casos suspeitos, uma diferença maior que a apresentada frente ao término da SE 47 de 2023, com 30.643, à época, um acréscimo de 1.345 em uma semana.
O maior registro de números absolutos em 2024 ocorre por conta do “pico” dos casos de dengue ocorrido no início do ano. No entanto, o subsecretário de Vigilância à Saúde, Fabiano dos Anjos, reforça que o cenário atual é melhor que o vivido no fim de 2023, quando houve uma aceleração de infecções por dengue. “No mesmo período do ano passado, o número de casos era muito superior ao que se tem observado até o momento”, explica.
Visando à prevenção da dengue, a Secretaria de Saúde ampliou as ferramentas para monitoramento, como o uso de novas tecnologias digitais para análise de dados, por exemplo. A pasta também ampliou a força de trabalho envolvida nas ações diárias de combate à dengue, além de ter adotado novas estratégias, como as ovitrampas.
Ao longo de 2024, foram realizadas 1.357.780 inspeções em imóveis pela Vigilância Ambiental em Saúde. Além das inspeções de rotina, foram instaladas até o momento 2.175 armadilhas ovitrampas, tendo sido removidos 1.390.606 ovos do Aedes aegypti. Foram instaladas, ainda, 1.278 estações disseminadoras de larvicida.
Outros órgãos do GDF, como as administrações regionais e o Serviço de Limpeza Urbana (SLU), atuam em ações de limpeza, por exemplo. Já a Secretaria de Educação, em parceria com a Secretaria de Saúde, se destaca pelas ações realizadas ao longo do ano com a comunidade escolar.
Estoque crítico
A negativo: FHB oferece senhas preferenciais para doadores de sangue
A Fundação Hemocentro de Brasília (FHB) está distribuindo senhas preferenciais para doadores de sangue A negativo até 11 de dezembro. A medida prioriza o atendimento a esse grupo em um momento crítico, em que os estoques operam com apenas 66% do nível considerado ideal.
“A senha preferencial é uma estratégia que utilizamos quando os estoques de determinada tipagem atingem níveis críticos, como é o caso, agora, do A negativo. Precisamos restabelecê-lo a níveis considerados seguros, a fim de manter o atendimento regular aos hospitais”, explica a gerente de Captação de Doadores do Hemocentro de Brasília, Kelly Barbi.
A queda no volume de doações foi intensificada pelos diversos feriados do mês de novembro. “Com a proximidade das festas de fim de ano e das férias escolares, convidamos a população a doar sangue, realizar esse gesto solidário e altruísta para com os pacientes do DF que necessitam de transfusões para manter ou recuperar a saúde. Há um aumento histórico de transfusões nesse período, motivo pelo qual fazemos esse apelo junto à população”, completa Kelly.
O Hemocentro de Brasília é responsável por abastecer toda a rede de saúde pública do Distrito Federal, além de instituições conveniadas, como o Hospital da Criança, o Instituto de Cardiologia do DF e o Hospital das Forças Armadas.
Como funciona a senha preferencial
A senha preferencial para doadores A negativo será concedida mediante comprovação do grupo sanguíneo, seja com o cadastro no Hemocentro ou por meio de um exame de tipagem sanguínea. A medida otimiza o atendimento e prioriza as necessidades emergenciais, garantindo que o Hemocentro possa atender à alta demanda desses pacientes.
Para doar sangue, é preciso ter entre 16 e 69 anos, pesar mais de 51 kg e estar saudável. Quem passou por cirurgia, exame endoscópico ou adoeceu recentemente deve consultar o site do Hemocentro para saber se está apto a doar sangue.
Quem teve gripe deve aguardar 15 dias após o desaparecimento dos sintomas para poder doar sangue. Quem teve covid-19 deve aguardar 10 dias após o fim dos sintomas, desde que sem sequelas. Se assintomático, o prazo é contado da data de coleta do exame. Pacientes diagnosticados com dengue clássica devem aguardar 30 dias para se candidatar à doação de sangue. Para a dengue hemorrágica, o prazo é de seis meses.
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