27 milhões de brasileiras
Falta de saneamento básico afeta mais mulheres que homens

Uma em cada quatro mulheres no país não tem acesso adequado a infraestrutura sanitária e saneamento, conforme mostra um estudo do Instituto Trata Brasil, divulgado nesta quarta-feira (24). A falta desses serviços a 27 milhões de brasileiras contribui para reforçar as desigualdades de gêneros, pois impactam a saúde, o acesso à educação e à renda, além do bem-estar dessas mulheres, conforme as conclusões da pesquisa O Saneamento e a Vida da Mulher Brasileira. Na idade escolar, por exemplo, as meninas sem acesso a banheiro têm desempenho estudantil pior, com, em média, 46 pontos a menos no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) quando comparadas à média dos estudantes brasileiros.
A falta de saneamento é uma das principais causas de incidência de doenças diarreicas, que levam as mulheres a se afastarem, em média, por 3,5 dias ao ano de atividades rotineiras, como escola ou trabalho. A incidência de afastamentos por motivo de diarreia ou vômito é maior entre as mulheres, com 80,1 casos para cada mil habitantes, segundo dados de 2013. A proporção entre os homens é de 73,4 para cada mil habitantes. Este fator também impacta a mulher pelas características familiares no Brasil que levam a afastamento mais frequentes delas como cuidadoras dos filhos ou pais idosos que adoecem.
No caso da renda, a pesquisa aponta que o acesso ao saneamento traria um acréscimo médio de R$ 321,03 ao ano para cada uma dessas brasileiras, o que representaria um ganho total à economia do país de mais de R$ 12 bilhões ao ano. “A perda da renda pode ser diretamente – no caso de uma diarista que se não vai trabalhar não recebe –, mas pode ser indireta – tendo doenças recorrentes [a mulher] se afasta mais do trabalho e progride menos na carreira”, disse o coordenador da pesquisa, o economista Fernando Garcia.
O estudo foi feito pelo Instituto Trata Brasil em parceria com a BRK Ambiental e apoio do Pacto Global, conduzida pela Ex Ante Consultoria, com base em dados oficiais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e dos ministérios da Saúde, da Educação e de Cidades.
Garcia destaca que a partir de uma metodologia do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) é possível estimar que 635 mil mulheres sairiam da pobreza se acessassem serviços de saneamento básico. “É uma linha sentida materialmente em termos de poder de consumo. Conseguiríamos resgatar uma parte dessa população feminina e colocá-la numa situação de riqueza material melhor”, explicou. A pesquisa mostra que 1,5 milhão de mulheres não têm banheiro em casa e que essas brasileiras têm renda 73,5% menor em comparação às trabalhadoras com banheiro em casa.
Diferenças regionais
No Norte e no Nordeste, o atendimento regular de água chega a 53,2% das mulheres. Além disso, 70% das mulheres que não têm banheiro em casa estão na região Nordeste. Na região Sudeste, apesar de percentualmente os índices serem mais baixos, os números absolutos chamam atenção: em São Paulo, são mais de dois milhões de mulheres sem água na torneira de forma frequente; no Rio, 2,1 milhões; e em Minas Gerais, 1,5 milhão.
Em relação à coleta adequada de esgoto, o maior déficit é no Norte, onde o problema atinge 67,3% da população. São consideradas coletas adequadas nas áreas urbanas as casas que estão ligadas à rede pública ou, no caso de áreas rurais, as que contam com fossas sépticas.

Painel de Monitoramento das Arboviroses
Brasil ultrapassa 1 milhão de casos prováveis de dengue em 2025

O Brasil registrou, desde 1º de janeiro de 2025, 1.010.833 casos prováveis de dengue. De acordo com o Painel de Monitoramento das Arboviroses do Ministério da Saúde, o país contabiliza ainda 668 mortes confirmadas pela doença e 724 em investigação. O coeficiente de incidência, neste momento, é de 475,5 casos para cada 100 mil pessoas.
A título de comparação, no mesmo período do ano passado, quando foi registrada a pior epidemia de dengue no Brasil, haviam sido contabilizados 4.013.746 casos prováveis e 3.809 mortes pela doença, além de 232 óbitos em investigação. O coeficiente de incidência, à época, era de 1.881 casos para cada 100 mil pessoas.
Em 2025, a maior parte dos casos prováveis se concentra na faixa etária de 20 a 29 anos, seguida pelos grupos de 30 a 39 anos, de 40 a 49 anos e de 50 a 59 anos. As mulheres concentram 55% dos casos e os homens, 45%. Brancos, pardos e pretos respondem pela maioria dos casos (50,4%, 31,1% e 4,8%, respectivamente).
São Paulo lidera o ranking de estados em número absoluto, com 585.902 casos. Em seguida estão Minas Gerais (109.685 casos), Paraná (80.285) e Goiás (46.98 casos). São Paulo mantém ainda o maior coeficiente de incidência (1.274 casos para cada 100 mil pessoas). Em seguida aparecem Acre (888), Paraná (679) e Goiás (639).
Perigos das redes
Desafio do desodorante: psicóloga faz alerta após morte de criança

Sarah Raissa Pereira de Castro, 8 anos, morreu após participar de um desafio viralizado nas redes sociais que consiste em inalar grandes quantidades de desodorante aerossol. A prática, conhecida como “desafio do desodorante”, resultou em uma parada cardiorrespiratória. A menina foi socorrida na última quinta-feira (10) e levada ao Hospital Regional de Ceilândia (HRC), no Distrito Federal, mas teve morte cerebral confirmada dias depois.
Neste domingo (13), a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) instaurou um inquérito para apurar as circunstâncias da morte da criança.
A chamada “trend” faz parte de uma categoria perigosa de desafios conhecida como chroming ou huffing, que estimula a inalação de vapores tóxicos de produtos de uso doméstico, como sprays de limpeza, tinta, esmalte e desodorantes.
Segundo especialistas, o impacto no organismo é devastador. Ao ser inalado, o produto entra rapidamente na corrente sanguínea pelos pulmões — órgãos extremamente vascularizados — e pode provocar arritmias cardíacas severas, culminando em parada cardíaca e óbito em poucos minutos.
Além disso, o desodorante contém substâncias como etanol (em níveis até 90% superiores aos encontrados em bebidas alcoólicas), ácido clorídrico e compostos antissépticos, que podem causar desde queimaduras internas até reações alérgicas extremas, como o edema de glote — quando a garganta se fecha, impedindo a respiração.
“A busca por aceitação nas redes sociais e o desejo de pertencer a um grupo pode fazer com que crianças e adolescentes se exponham a riscos extremos sem consciência das consequências”, explica a psicóloga Bruna Bettini, que atua em Brasília no espaço Uwake. “O cérebro ainda em desenvolvimento tem mais dificuldade de avaliar riscos e ponderar decisões. Por isso, o papel dos pais e responsáveis é essencial na mediação do que os filhos acessam e consomem digitalmente.”
Bettini também alerta para os impactos emocionais e sociais desses desafios. “Não é apenas sobre a curiosidade ou a brincadeira. Existe uma pressão silenciosa para se mostrar ‘valente’, ousado, engraçado. A validação por curtidas e comentários muitas vezes supera o senso de autopreservação.”
Riscos silenciosos, consequências fatais
O chroming não é novidade, mas tem ganhado força com a ampla circulação de vídeos curtos e virais em plataformas populares entre crianças e adolescentes. Seus efeitos imediatos se assemelham à intoxicação alcoólica: tontura, euforia, fala arrastada, vômitos, convulsões e dificuldade para respirar.
Os produtos inalados têm em comum a facilidade de acesso e o fato de estarem presentes em praticamente todos os lares.
O que fazer em caso de emergência?
Caso uma criança inale uma substância tóxica, a orientação médica é clara: deve ser levada imediatamente ao pronto-socorro. Pode haver necessidade de oxigenação por inalação ou intubação.
“Jamais se deve provocar o vômito ou oferecer qualquer substância, como leite ou água, sem orientação médica”, alertam especialistas.
Como prevenir?
Para Bruna Bettini, o diálogo dentro de casa é a ferramenta mais poderosa de prevenção. “Mais do que proibir, é preciso conversar com as crianças, entender o que estão assistindo, com quem estão interagindo e ensinar, com afeto e direcionamento, sobre os perigos da exposição irresponsável.”
Ela também defende a necessidade de maior responsabilidade por parte das plataformas digitais. “Estamos falando de conteúdos com potencial letal sendo acessados por crianças com poucos cliques. As empresas precisam agir com mais firmeza na moderação dessas tendências.”
Enquanto isso, famílias, escolas e sociedade civil enfrentam o desafio de proteger as infâncias em um ambiente digital onde os perigos nem sempre são visíveis.
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