Escolas públicas oferecem ensino diferenciado para crianças com deficiência
Tempo para trabalhar, felicidade e dinheiro para ajudar no sustento de casa estavam bem distante da realidade da diarista Patrícia de Araújo, de 36 anos. Aos dois meses de vida, a filha sofreu uma paralisia do lado direito do corpo, e os cuidados com a menina viraram prioridade na vida da mãe. A vontade de ver Sophia se desenvolver serviu de combustível para que Patrícia acompanhasse a menina no Programa de Educação Precoce, da Secretaria de Educação. Tanta dedicação teve resultado: hoje, aos 10 anos, a menina conseguiu superar a deficiência e, além de praticar ginástica olímpica e natação, está matriculada no 5º ano da Escola Classe 304 Sul.
O serviço, que tem 27 anos de existência, é oferecido em 18 escolas públicas de Brasília, entre centros de educação infantil e especial, distribuído em todas 15 Regionais de Ensino. Atende 3,5 mil crianças de até 3 anos e 11 meses com necessidades decorrentes de deficiências intelectual, visual, auditiva, física ou motora e múltipla; Transtorno Global do Desenvolvimento (TGD); superdotação e altas habilidades, além de prematuras — consideradas de risco por serem vulneráveis e apresentarem atraso no desenvolvimento global.
O programa de educação precoce oferece atendimento de uma hora e meia, em turmas com 15 crianças em média, e conta com atividades significativas — quando um conteúdo é incorporado à estrutura de conhecimento de um aluno e passa a fazer sentido para ele a partir do conhecimento prévio — e lúdicas, assim como a orientação, o apoio e o suporte à família e ao estudante no processo de desenvolvimento e aprendizagem. O objetivo é ampliar as potencialidades da criança, que são estimuladas em todos os sentidos, com foco em quatro eixos: motor, cognitivo, de linguagem e socioafetivo.
“Sem esse tratamento minha filha não estaria nem andando”, declara Patrícia. Sophia nasceu prematura de 7 meses e, como teve falta de oxigenação no cérebro, o obstetra logo a encaminhou para o Centro de Ensino Especial nº 2, na 612 Sul, onde frequentava as atividades do programa duas vezes por semana. “Sophia tem apenas um pequeno problema na escrita, que é um pouco mais lenta do que a dos outros alunos. Ela nunca reprovou e, por causa do estímulo que teve desde bebê, é ambidestra.”
Encaminhamento
A gerente de Educação Especial, Regina Andréa Bonfim, informa que a criança é encaminhada para a educação precoce pelo médico, assim que ele percebe alguma alteração no nascimento. “Não existe alta aqui como em um hospital. Todas ficam até os três anos e 11 meses, a não ser que os pais queiram sair do programa — que, além de referência no Brasil, é o único oferecido pela Secretaria de Educação.”
Eliana Pereira de Oliveira, de 40 anos, também comemora a vitória do filho Vitor, que participou do tratamento no mesmo local, a partir dos 11 meses de vida. “Minha bolsa rompeu na 25ª semana de gestação, o que causou paralisia cerebral no bebê. Quando tinha um ano, ele não conseguia se sentar e nem segurar objetos”, lembra-se Eliana. Aos 11, o garoto está matriculado no 5º ano da Escola Classe 411 Norte, em uma turma reduzida para alunos com algum tipo de deficiência. A cadeira de rodas, antes único modo de locomoção, já ficou no passado.
Equoterapia
Na mesma instituição, Sophia e Vitor fazem natação, uma das atividades complementares disponíveis aos alunos que finalizaram o programa. O centro oferece também equoterapia, método terapêutico e educacional que utiliza o cavalo em uma abordagem multidisciplinar e interdisciplinar, para buscar o desenvolvimento biopsicossocial de pessoas com deficiências. A natação não tem idade limite e pode ser praticada duas vezes por semana; a equoterapia, durante um ano.
A coordenadora da Educação Precoce da 612 Sul, Beatriz Griesinger, afirma que 98% das crianças que passam pelo programa são encaminhadas para o ensino regular, ou seja, a cada 25 alunos, apenas um fica no especial. “Esse é o primeiro pontapé para uma inclusão bem-sucedida”. Estão matriculados na instituição 134 meninos e meninas, atendidos duas vezes por semana por 20 docentes formados em pedagogia e em educação física com especialidade em educação especial.
Maiores informações
Secretaria de Educação: 8417-4003
O alerta
PMDF dá dicas de segurança durante festas e viagens de fim de ano
Fim de ano é época de descanso e diversão. Muitas pessoas aproveitam o período para ir a festas ou para viajar. Mas é importante ficar alerta para garantir que tudo possa correr em segurança. Por isso, a Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) dá algumas dicas para que a curtição não vire dor de cabeça.
Em eventos, a primeira dica já é um clássico: se beber, não dirija. “Se tiver um ‘amigo da vez’ [aquele que vai ficar sem beber para dirigir], excelente. Se não tiver, a PM sugere o uso de veículos de aplicativo, que aí a pessoa pode se divertir em segurança”, aponta o porta-voz da PMDF, capitão Otávio Munhoz.
Outras orientações dizem respeito ao patrimônio. “Se for frequentar algum bar, algum show, não precisa levar todos os cartões ou dinheiro em espécie. Só com o celular, a pessoa consegue usar o cartão virtual, que é fácil de usar e de bloquear, além de ter uma senha para acessar esse cartão”, sugere Munhoz.
Bolsas e mochilas devem estar sempre na parte da frente, ao alcance da vista. Também é recomendado evitar usar cordões ou outras joias que chamem muito a atenção de possíveis criminosos. Do lado de fora, se estiver de carro, a orientação é não deixar objetos à mostra no interior do veículo. “Tudo isso pode chamar a atenção para o crime de ocasião, que é o furto”, pontua o capitão.
Residência
Para quem vai viajar, há a preocupação com a residência que ficará vazia. O primeiro cuidado deve ser com as fechaduras. Se possível, somada à tradicional, a PMDF recomenda o uso das eletrônicas. “Elas têm uma senha, que é muito difícil de conseguir acertar, e ainda têm uma espessura maior. Então, podem ser um reforço”, explica o porta-voz da corporação. Ele ainda acrescenta que não se deve “jamais colocar chaves em lugares secretos”, a fim de que outras pessoas possam pegar.
Uma outra orientação é tentar manter uma impressão de movimento na casa. Isso pode ser feito com a utilização de lâmpadas com fotocélulas, que acedem diante da ausência de luz e se apagam ao nascer do dia. Também é importante cancelar assinaturas de jornais e revistas, caso as tenha, para que os materiais não se acumulem em frente ao imóvel. Vale ainda pedir a um familiar ou amigo de confiança para fazer visitas periódicas à residência, para conferir se tudo está em ordem.
Por fim, a PMDF também sugere discrição na hora de sair com as malas — para que potenciais criminosos não vejam — e, se possível, a aquisição de alarmes e câmeras de vigilância. “E se a pessoa tiver um pouco mais de condições, vale a pena contratar um seguro contra furto, roubo, dano elétrico, alagamento. Vale a pena investir”, arremata o capitão Munhoz.
1º semestre de 2025
Inscrições para os centros interescolares de línguas começam dia 04/01
Os Centros Interescolares de Línguas (CILs) do Distrito Federal terão inscrições para o 1º semestre de 2025 no período de 4 a 10 de janeiro, exclusivamente pelo site oficial da Secretaria de Educação do DF. As vagas são destinadas a estudantes da rede pública de ensino do DF, alunos de colégios militares e à comunidade em geral, a partir do 6º ano do ensino fundamental. E, em 2025, haverá um período único de inscrições para todos esses públicos.
A subsecretária de Planejamento, Acompanhamento e Avaliação da Secretaria de Educação, Francis Ferreira, chama a atenção para o período único de inscrições para todos os grupos que podem pleitear uma vaga. “É importante ficar atento, pois no ano que vem, haverá um período único de inscrições para estudantes da rede pública de ensino do DF, Colégio Militar de Brasília, Colégio Dom Pedro II e comunidade em geral”.
Apesar do período único de inscrições, o sorteio das vagas será feito em etapas de acordo com o grupo ao qual o indivíduo inscrito está inserido. Primeiro serão sorteadas as vagas para os estudantes da rede pública. Depois disso será a vez do sorteio para estudantes dos Colégios Militares de Brasília e Dom Pedro II. Só no final, serão ofertadas as vagas remanescentes para a comunidade.
As vagas estarão disponíveis em todos os 17 CILs espalhados pelo Distrito Federal. Serão ofertados cursos de Inglês, Espanhol, Francês e Japonês. O número total de vagas será divulgado até 2 de janeiro, quando cada CIL informará a disponibilidade.
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